Por: Claudia Braga – OutraSaúde – Interrompido há uma década, boletim com informações da Rede de Atenção Psicossocial volta em boa hora. Mas é preciso ir além dos números: sua análise deve incentivar ações que respondam às necessidades reais nos territórios.
Com o golpe de 2016, a reforma psiquiátrica viveu um apagão. Entre os muitos impactos – que vão do desinvestimento em serviços substitutivos e territoriais da Rede de Atenção Psicossocial, a RAPS, à retomada de um paradigma psiquiátrico na orientação dos serviços e práticas –, a transparência sobre informações em saúde mental foi diretamente afetada.
Depois de um intervalo de quase dez anos, é muito bem-vinda a divulgação de dados sobre serviços da RAPS com a publicação da 13ª edição do Boletim Saúde Mental em Dados. Esta publicação é uma retomada histórica da prestação de informações sobre a RAPS e é essencial para conhecermos os avanços e desafios – novos e antigos – na expansão e qualificação da rede e para guiar a gestão da rede.
Os dados apresentados nesta edição formam um retrato do ritmo em que o país tem avançado na consolidação de um modelo de atenção em saúde mental com serviços de base comunitária e territorial, em substituição ao modelo asilar. Ficamos sabendo que, no Brasil, ultrapassamos o número de 3.000 Centros de Atenção Psicossocial e de 950 Serviços Residenciais Terapêuticos habilitados, com mais de 4.000 pessoas beneficiadas pelo Programa de Volta para Casa. E, ao mesmo tempo, diminuímos o número de leitos do SUS em hospitais psiquiátricos, o que é positivo – embora ainda restem 10.980 desses leitos cadastrados, um desafio para transformar de vez o modelo de atenção em saúde mental, que ainda persiste e precisa ser superado.
Leia a matéria completa – 17/04/2025