O Observatório da Reforma Psiquiátrica entrevista Giovanna Momenté, administradora, produtora cultural e coordenadora pedagógica que explica o que foi o projeto Artear.
O que é o Projeto Artear?
O Projeto Artear foi uma parceria entre a Inverso e a Associação Artística Mapati. Nós fizemos cinco meses de oficinas aqui na Inverso. Foram oficinas de pintura, oficinas de maquiagem artística, artesania fotográfica e música. A apresentação musical aconteceu no dia da abertura da exposição Second Chance, junto com a finalização do Projeto Artear. As demais, a gente chegou a fazer algumas obras para ficarem aqui na Inverso. Por exemplo, o pessoal da oficina de maquiagem artística chegou a fazer essas máscaras que estão aqui na exposição Second Chance. Eles fizeram também um pequeno curta-metragem que a gente mostra na nossa página.
Como funcionou a parceria com a Associação Mapati
A gente fez um termo de fomento junto a um deputado distrital e tivemos o apoio da Secretaria de Cultura para realizar. O Mapati foi um parceiro muito interessante para a gente poder desenvolver o projeto, principalmente a gestão cultural de toda a comunicação. Cuidaram também da contratação dos profissionais e a compra dos materiais e a gente desenvolveu o projeto aqui no espaço da Inverso. Foi uma primeira oportunidade. Muito grata por essa parceria.
Vocês apresentaram também no dia do lançamento da exposição uma feira de artesanato? Como foi o resultado? A feira visa a geração de renda dos participantes aqui da Inverso, principalmente para a gente comprar mais material para as oficinas no próximo ano e para alguns que também tem trabalhos autorais poderem vender pelos seus trabalhos. A gente chegou também a participar de algumas feiras externas como aquela que aconteceu em dezembro na UnB, o EDA, Espaço de Arte. Em fevereiro vamos participar de uma exposição na Biblioteca Pública e aí a gente vai levar para lá também, que é o Fest Solidário.
Durante o lançamento do projeto Tear, vocês também inauguraram a exposição “Segunda Chance”, inspirada no movimento Second Life. Que movimento é esse?
O Second Life é um movimento de artistas que busca ressignificar alguns materiais que foram descartados ou que não tinham uso no meio ambiente, que estavam esquecidos na casa das pessoas. Ele começou no Museu de Artes e Design de Nova Iorque e a Wanda Meyer, que é psicóloga e arquiteta, foi nessa exposição e trouxe essa ideia também para a gente poder dar uma segunda chance para os frequentadores aqui da Inverso, colocassem suas artes também, para que as pessoas possam entender como é o estigma que essas pessoas sofrem e como elas deveriam ter também uma segunda chance.
Às vezes elas são esquecidas e que, na verdade, elas deveriam fazer parte da sociedade, de forma ativa e ter um lugar também para que elas possam circular na cidade. A gente sabe que não é o que acontece. Na maioria dos casos, essas pessoas ficam esquecidas, abandonadas. A nossa intenção é, como esses materiais, dar essa segunda vida, essa segunda chance para essas pessoas
É lógico que esses artistas que participaram do primeiro Second Life, têm uma técnica desenvolvida há muitos anos, e aqui a gente trouxe pela primeira vez, essa ideia, baseada nesse movimento. Então, a gente não teve um tempo hábil de desenvolver essa técnica, porque leva anos, mas a gente pôde começar a pegar um caminho conceitual dessas obras.
A gente teve doação de alguns materiais, principalmente madeira de móveis que foram descartados. A gente fez colagem em cima do material descartado. O Fernando Lispector fez aqui. Ali era uma gaveta, por exemplo, naquela obra. Era uma gaveta que ele transformou numa janela.
Aqui foram desenvolvidas esquetes e um material audiovisual voltado para o cuidado dessas pessoas em comunidade, sempre com interesse na luta antimanicomial.
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Giovanna Momenté, administradora, produtora cultural e coordenadora pedagógica do projeto Artear.
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