Por: Outras Palavras – Há 45 anos, o psiquiatra italiano Franco Basaglia foi levado a um dos piores hospícios do país, em Barbacena (MG). Lá, este inferno foi vencido de forma pioneira. Jairo Toledo, o diretor que liderou a mudança, conta como tudo se deu.
Em 4 de julho de 1979, um evento transformou a história dos cuidados em saúde mental no Brasil. O psiquiatra italiano Franco Basaglia, internacionalmente conhecido pela experiência que fechou o hospício de Trieste, visitou o Hospital Colônia de Barbacena. Sua definição do que viu como um “campo de concentração nazista”, muito publicizada na imprensa, ajudou a acelerar o fechamento do hospital psiquiátrico onde morreram pelo menos 60 mil pacientes até 1980 – e, de forma mais ampla, a impulsionar a Reforma Psiquiátrica brasileira.
“A cultura que havia é que tudo aquilo que incomodava, mandava-se para Barbacena. E não era só o chamado ‘doente mental’ – mandavam o doente clínico, o andarilho, o ‘problema social’. Chegando aqui, não havia critério para internar. Quando internava, não tinha médico de plantão. Os primeiros plantonistas fomos nós, que éramos estudantes do quarto ano de Medicina”, relembra Jairo Toledo. À época residente no hospital psiquiátrico, Toledo fez parte do grupo que convidou Basaglia a ir a Barbacena, imaginando a possível repercussão de uma visita.
Leia a matéria completa – 11/07/2024