Por: Douglas Barros – Outra Saúde – Sem compreender lugar da raça no discurso científico, é impossível entender horror dos manicômios no Brasil. Basta olhar as fotos: exclusão, ali, era sócio-racial – vide Lima Barreto. Se há um quadro da violenta história brasileira, Barbacena é sua tela.
“Barbacena foi cenário de significativo desequilíbrio ecológico. Atraídos pelas emanações fétidas de carniças humanas, urubus pousaram no hospital e passaram a se saciar com a produção abundante e crescente de cadáveres. O aroma das rosas do incipiente cultivo da cidade foi abafado pelos miasmas pútridos do hospital. Seu cemitério próprio logo teve a lotação esgotada. Com as “modernas” técnicas terapêuticas ali implantadas, a produção de cadáveres aumentou muito, e, transformados em peças anatômicas, passaram a ser vendidos em laboratórios de anatomia do país. Barbacena firma-se como o maior celeiro e exportador de restos humanos, iguaria predileta de abutres da indústria da loucura.”[1]
Leia a matéria completa – 05/07/2024