Por: Fernanda Regina – Cebes – Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – Da motivação ao burnout, cresce a indústria da “prevenção” enquanto se desmonta o SUS e se ignora a pergunta essencial: “com que você trabalha? “
O 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, marca não apenas a resistência ao modelo asilar e manicomial que historicamente excluiu e violentou pessoas com sofrimento psíquico, mas também a defesa de uma política de cuidado em liberdade, integral e territorializada.
Inspirada pelas ideias do psiquiatra italiano Franco Basaglia, a Reforma Psiquiátrica brasileira transformou o modo como a saúde mental é tratada no país, promovendo a criação dos CAPS e da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Mas essas conquistas seguem sob ameaça: o subfinanciamento, a fragmentação da rede e o avanço de modelos medicalizantes e privatizados colocam em risco os princípios da reforma.
“O problema não é curar o doente, mas curar a sociedade.” A frase de Basaglia expressa com precisão o espírito da luta antimanicomial: ao invés de isolar o sujeito em nome da normalização, ela propõe interrogar o mundo que o adoece. Sob essa lente, torna-se fundamental reconhecer o papel do trabalho — quando precarizado, exaustivo e sem sentido — como um dos principais gatilhos para o sofrimento psíquico.
Leia a matéria completa – 16/05/2025