Por: Luta Antimanicomial Amapá – Num estudo feito em meados dos anos 2000, foram entrevistados quase 1000 pacientes psiquiátricos com transtornos graves, pesquisando seu envolvimento em situações de violência nos últimos 12 meses. Os resultados foram preocupantes, pois mais do que um quarto dos pacientes havia sido vítima de um crime violento no período, média 11 vezes maior do que a encontrada na população geral da mesma região. E dependendo do tipo de crime, a prevalência chegou a ser 23 vezes maior entre a população psiquiátrica.
Não podemos fechar os olhos para um dado que está por trás do preconceito com os doentes mentais: condições psiquiátricas graves apresentam sim um risco um pouco maior de tornar as pessoas violentas. Falar isso é se arriscar a ser criticada, como se eu endossasse preconceitos, mas apesar de ser bem conhecida minha missão de vida de reduzir o estigma do doente mental e a combater a associação entre doença mental e violência, não me proponho a mentir ou distorcer os fatos nessa empreitada. Acaba de sair uma pesquisa feita na Universidade da Flórida utilizando dados colhidos em duas etapas (de 2001 a 2003 e de 2004 a 2005), entrevistando mais de 30.000 pessoas sobre a presença de transtornos mentais e envolvimento em atitudes violentas. Os resultados apontam para uma relação pequena, mas consistente, entre o risco de violência e transtornos mentais graves.
Ok, há um risco mais elevado de haver violência cercando os pacientes psiquiátricos graves, o que é compreensível dada sua condição mental. Mas fica claro que o maior risco para eles é de ser vítimas, e uma assistência adequada pode prevenir muitas vezes que eles se tornem objetos ou agentes de atos agressivos
Leia a matéria completa 21/04/2024
Confira o estudo: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov