Por: Fernanda Couzemenco – Século Diário – ES – Sesa (Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo) aloca menos de 1% de sua verba na saúde mental e transfere fartos recursos para os “novos manicômios”
A lógica manicomial continua sendo priorizada pelo governo do Estado, mais de 37 anos após o nascimento da Reforma Psiquiátrica do Brasil. A conclusão advém da análise dos investimentos feitos pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), nos anos de 2009 a 2021, e do acompanhamento das políticas implementadas nos últimos dois anos pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Fênix, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
“O financiamento da Sesa para a Rede de Atenção Psicossocial [RAPS], de 2009 a 2021, mostra uma tendência ao desfinanciamento dos dispositivos antimanicomiais. A maior parte dos recursos vai para hospitais psiquiátricos e medicalização. Ou seja, a tendência do governo do Estado é na contracorrente [da Reforma Psiquiátrica] e na manutenção da lógica manicomial”, afirma Fabíola Xavier Leal, professora do Departamento de Serviço Social e da Pós-graduação em Política Social da Ufes e coordenadora do Grupo Fênix.
Um estudo que traz esses números em detalhes é a dissertação de mestrado da assistente social Lara Campanharo, orientada por ela na Ufes. “O Estado investiu, na saúde mental, menos de 1% de todo o orçamento da saúde pública estadual. O máximo que chegou, nesses 12 anos, foi 0,9%”, expõe.
Leia a matéria completa 13/05/2024