Por Paulo Amarante – O horror dos manicômios voltou, agora via “comunidades terapêuticas”. Revertê-lo requer realizar plenamente a Reforma Psiquiátrica, adotando uma clínica libertária e cidadã que inclui ações intensas de arte-cultura e economia solidária.
Na virada dos anos 1970 para os anos 1980, o Brasil tinha cerca de 80 mil “vagas” em instituições psiquiátricas. O dado, sugerido por Luiz Cerqueira em Psiquiatria social: problemas brasileiros de saúde mental (Atheneu, 1984) é aproximado, na medida em que não havia um sistema de registro nacional confiável. Cerqueira o obteve mediante consultas pessoais a psiquiatras de todo o país. A expressão “vaga” está destacada porque não seria correto dizer que eram leitos em hospitais psiquiátricos: muitos internos dividiam camas ou mesmo dormiam no chão (oficialmente, era aceita a possibilidade, assim como a remuneração pelo sistema público, dos chamados “leitos-chão”!).
Por: Outras Palavras – 08/05/2023