Por: Agência de Notícias da Aids – Em que momento começamos a acreditar que ter uma boa saúde mental depende exclusivamente de nossa vontade e dedicação? Que é suficiente para promoção da saúde sermos atendidos por especialistas, tomarmos medicação controlada, nos submetermos a protocolos e tecnologias “avançadas”? Quando começamos a pensar que existe algo como “mente” dissociada do “corpo” e do mundo externo a este corpo? Quando passamos a considerar que processos psicológicos acontecem num vácuo de relações sociais e historicidade?
Para responder a cada uma dessas questões podemos citar épocas distintas, mas o importante aqui é sabermos que essas ideias são recentes e encontraram sua representação máxima nos séculos 19 e 20. Fazem parte da construção de um mundo pós-colonial e neoliberal que se organiza e se concentra em indivíduos e não na coletividade, que pensa a vida em centros urbanos baseada na produtividade, na competição e no mérito pessoal, na capacidade de consumo como potência de vida, que estimula a alta velocidade das respostas à hiperestimulação diária, que aposta na fragilidade dos vínculos afetivos, na impossibilidade do descanso e do lazer, e no descarte daqueles que não correspondem ao ideal de pessoa saudável ou, para populações marginalizadas, ao ideal de seres humanos.
Leia a matéria completa – 28/10/2023